A proposta é que esse plano possa ser o melhor caminho para a comunidade estabelecer parcerias com a iniciativa privada, o governo e a sociedade civil organizada.
Como continuidade das atividades iniciadas em 2013, nos meses de setembro e outubro deste ano, a equipe do Programa de Educação Ambiental da Veracel (PEAV), em parceria com o Instituto Mãe Terra (IMT), está reunindo as lideranças dos grupos de pescadores, marisqueiras e representantes de diversos setores do município de Belmonte, incluindo o distrito de Mogiquiçaba e as comunidades de Guaiú e Santo Antônio, do município de Santa Cruz Cabrália, para elaborar o Plano de Ação de Educação Ambiental a ser desenvolvido nestas localidades.
As ações estão indo além do atendimento a condicionante da Licença de Operação concedida pelo IBAMA, referente à operação do Terminal Marítimo de Belmonte (TMB). Por meio de uma metodologia específica, chamada FOFA, os moradores são capacitados para identificar as forças e as fraquezas da própria comunidade, bem como a perceber quais são as ameaças e as oportunidades externas, visando construir ações em conjunto que ajudem a melhorar a qualidade socioambiental do local. “Ninguém melhor que os próprios moradores locais para reconhecer o que pode ser considerado oportunidade para o desenvolvimento desta região”, destacou o coordenador de Controle Ambiental da Veracel, Tarciso Matos.
Para a educadora ambiental do IMT, Lígia Mendes, o plano de Educação Ambiental visa o empoderamento destas comunidades para que elas possam fazer uma melhor gestão dos seus recursos socioambientais. “Quando você envolve a comunidade na construção do plano de ação, ele passa a ser da própria comunidade e não da empresa ou de outra instituição facilitadora. O empoderamento dos pescadores e marisqueiras auxilia no sucesso das ações”, acrescentou Mendes.
Para Pedrina Rodrigues Reis, marisqueira no município de Belmonte há mais de 20 anos, este encontro ampliou a sua forma de olhar para a comunidade e o mundo em à sua volta. “Conseguimos ver o potencial que a nossa comunidade possui e o que podemos melhorar nela. O que antes para nós poderia ser uma ameaça, agora, pode ser considerado uma grande oportunidade de desenvolvimento”, afirmou confiante.
O mar está pra peixe – Iniciado em 2013, o Diagnóstico Socioambiental Participativo está sendo desenvolvido com as comunidades vizinhas ao TMB e contou com a presença de pescadores, marisqueiras e representantes de diversos setores. Na primeira fase ainda em 2013, foram levantadas as principais fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças presentes em cada uma destas comunidades. Nesta nova fase, com base nas informações levantadas no ano passado, cada um dos participantes está ajudando a construir um Plano de Educação Ambiental para sua comunidade. A proposta é que esse plano possa ser o melhor caminho para a comunidade estabelecer parcerias com a iniciativa privada, o governo e a sociedade civil organizada. “Nós sabemos pescar, mas a Veracel está nos ajudando a encontrar o caminho certo para os peixes”, brincou a marisqueira do município de Belmonte, Janaíldes de Aguiar Caetano.