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Programa de visitas

Terminal Marítimo de Belmonte abre seu programa de visitas para a comunidade do entorno

Quarenta e seis moradores das localidades de Mogiquiçaba (Belmonte) e de Guaiú (Santa Cruz Cabrália) visitaram o Terminal Marítimo de Belmonte (TMB) da Veracel Celulose, no dia 24 à tarde.

A visita faz parte do programa de educação ambiental da empresa, que inclui a comunidade do entorno. Durante o encontro, os participantes realizaram uma visita ao píer do TMB e assistiram a uma palestra institucional da Veracel, apresentada pelo Coordenador de Controle ambiental, Tarciso Matos e de Paolo Botticelli da ONG PAT Ecosmar, que realiza o monitoramento ambiental das tartarugas marinhas nas praias do entorno do terminal marítimo, conforme uma das condicionantes da licença de operação do mesmo.

Durante as apresentações, os visitantes apresentaram suas dúvidas, que foram esclarecidas pelos palestrantes. Matos foi questionado sobre o destino dos efluentes da fábrica, o odor característico da produção de celulose e sobre a mortandade de caranguejos e de baleias.

O coordenador de controle ambiental da Veracel explicou que o efluente da fábrica é devidamente tratado e lançado a cerca de 800 metros a montante (antes) da captação de água para fábrica e que os monitoramentos ambientais comprovam que não há alteração no padrão de qualidade da água do rio nos pontos monitorados, após o lançamento de efluentes. Quanto ao odor da fábrica nas comunidades do entorno, Matos explicou que existe um grupo voluntário de moradores nestas comunidades que foram treinados para reconhecer o cheiro característico da fábrica e para fazer parte de uma Rede de Percepção de Odor, conhecida como RPO. A finalidade da RPO é relatar imediatamente para a Veracel qualquer evento de odor da fábrica nas comunidades do entorno. Esta Rede foi formada em 2005 e todos os eventos de odor relatados são registrados e enviados ao órgão ambiental. Estes eventos acontecem somente quando existe alguma situação de distúrbio operacional, pois em operação normal a fábrica não causa odor nas comunidades. Assim, esses registros de odor servem como indicador de desempenho ambiental e orientam as ações de controle ambiental da empresa que tem como meta a redução destes eventos. Vale à pena destacar que o odor sentido na fábrica ou nas comunidades não causa mal a saúde. Em relação à mortandade de caranguejos Matos explicou que o fenômeno teve início em 2003, ou seja, dois anos antes da operação da fábrica. Os registros de ocorrência mostram que começou na região do Rio Grande do Norte e terminou atingindo a maioria dos manguezais da costa brasileira até o Espírito Santo. "Estudos em andamento indicaram que um fungo pode ser o responsável pela mortandade", esclareceu Matos, informação que foi reforçada pelo coordenado do PAT Ecosmar, Paolo Botticelli.

Durante a palestra da ONG PAT Ecosmar sobre o monitoramento de tartarugas marinhas, os principais questionamentos foram sobre as causas da mortandade de tartarugas.

Num dos slides apresentados é possível ver grande quantidade de lixo encontrado dentro de uma tartaruga que apareceu morta numa das praias da região. "Apesar dessa quantidade de lixo que encontramos em seu intestino, a causa da morte foi outra. Ela morreu afogada presa em uma rede pesca", disse Botticelli ao apresentar também o resultado de exames realizados nos animais mortos, encontrados em 2009, segundo o qual, 37% dos animais encontrados estavam em avançado estado de decomposição, não podendo ser realizada a necropsia, 47% apresentavam infecções, 23% morreram afogadas, 12% sofreram por predação humana e 38% apresentaram problemas gastrointestinais.

Botticelli pediu que em caso de encalhes de animais vivos ou mortos na praia, é importante entrar em contato com a equipe do PAT Ecosmar evitando qualquer forma de manejo. O manejo inadequado que pode prejudicar o animal ou a coleta de dados post-mortem. "Já necropsiamos uma tartaruga que morreu afogada no Guiaú devido às tentativas de moradores e turistas de devolvê-la ao mar após o encalhe na praia", disse Botticelli.

No final das palestras a equipe da Veracel composta ainda pela bióloga da RPPN Estação Veracel Ligia Mendes, pela especialista ambiental Virginia Camargos e pela engenheira ambiental trainne Carla Medeiros realizou uma dinâmica pedindo que os participantes avaliassem com uma palavra como tinha sido o encontro. O encontro foi definido com palavras como: gratidão, esclarecimento, conhecimento, novidade e alegria. "Achei tudo ótimo. Eu tinha muitas dúvidas, que foram esclarecidas. Eu achava uma coisa e é outra completamente diferente", concluiu a professora Girlândia Pereira, da comunidade de Moquigiçaba.

Mais informações sobre monitoramento de tartarugas e avisos sobre animais encontrados nas praias: www.patecosmar.org.br.

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