Invasão, agressão e depredação

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Na madrugada de ontem (9/3), cerca de 80 pessoas armados com armas de fogo, foices e facões, com suporte de um caminhão e vários carros e motos atacaram vigilantes da empresa Visel que estavam de serviço em área da Veracel, em Eunápolis/BA. Em ato planejado com táticas de guerrilha, o grupo armado cercou os veículos de vigilância, agrediram os trabalhadores, mantiveram reféns por mais de duas horas sob tortura, ameaça de morte e depredação dos carros. Os vigilantes trabalham desarmados e realizam rondas de vigilância patrimonial em áreas da empresa. Durante a ação, o grupo se apresentou como integrantes do movimento União de Resistência Camponesa (URC).

A ousadia do ataque ocorre no momento em que estão sendo cumpridas ações de reintegração de posse em áreas produtivas da Veracel que estão sob ocupação de movimentos sociais fora do Acordo firmado entre o Governo do Estado da Bahia, INCRA e seis movimentos sociais e a Veracel em 2011. Desde aquela época, novos grupos surgiram e ocuparam novas áreas da empresa. Enquanto o Governo do Estado e o INCRA buscam soluções para assentar famílias pertencentes a esses novos movimentos sociais, a Veracel Celulose busca garantir as ações para retomar as atividades florestais das áreas ocupadas ilegalmente. O ataque pode ter sido uma retaliação, ignorando o efetivo policial de quatro companhias especiais da Polícia Militar presentes na região.

O abastecimento de madeira e a operação da fábrica da Veracel não foram afetados. No entanto, essas ações podem comprometer o fornecimento de matéria-prima para produção de celulose no futuro. A destruição de plantios por vandalismo, incêndios criminosos e ocupações fora do Acordo representam perdas que comprometem também a geração de empregos, negócios e impostos associados à esta produção.

O Acordo – A Veracel está ofertando 16,5 mil hectares destinadas ao Acordo que evoluiu para um projeto de assentamentos sustentáveis coordenado por uma instituição de ensino e pesquisa, com suporte técnico e de gestão, para a implementação de assentamentos sustentáveis na região. A proposta contempla cerca de mil famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), à Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag), ao Movimento de Luta pela Terra (MLT), à Frente dos Trabalhadores Livres, ao Movimento de Resistência Camponesa (MRC) e à Associação dos Produtores Unidos Venceremos (Aprunve).

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