Fazenda Terra Sonhada é nome da propriedade de 40 hectares em Guaratinga, onde o professor de história Charles da Silva Virgens realiza o plantio de pimenta do rei¬no, café e eucalipto, concretizando o seu sonho de permanecer no campo e ao mesmo temp
Nasci e fui criado em Guaratinga. Conheço essa terra como ninguém, tinha vontade de permanecer aqui e de aumentar a produção rural, já tinha um pedaço de terra que era do meu pai, com o plantio de cacau”, relatou Charles.
Há seis anos o produtor rural conseguiu comprar a área de 40 hectares, onde plantou 12 hectares de café, dois hectares de pimenta do reino e 16 hectares de eucalipto. “Já estou na sexta colheita do café, as duas primeiras entreguei como parte do pagamento da área, então posso dizer que minha mesmo, é a quarta”, explica Charles.
Quando questionado sobre a opção das culturas a serem plantadas na área, explica que escolheu duas culturas de ciclo curto – café e pimenta – e uma de ciclo longo, o eucalipto. De acordo com Charles, o café e a pimenta representam a renda para a sobrevivência de sua família e o plantio de eucalipto representa a poupança. Além desta produção, o agricultor familiar ainda mantém a sua área de Reserva Legal, como determina a legislação e de cacau cabruca, numa outra propriedade que sempre pertenceu a sua família.
A produção de café, cerca de 600 sacas por ano, e de pimenta, são comercializadas no mercado regional e local, respectivamente. O eucalipto será entregue à Veracel Celulose, de acordo com as regras do Programa Produtor Florestal (PPF), do qual o produtor faz parte há pouco mais de 4 anos. “Como produtor florestal, a partir do 3º ano do plantio de eu¬calipto, tenho o direito de receber o valor referente a 3m³ de madeira por hectare como forma de adiantamento, mas deixo isso como um recurso para situações de emergência. Já pedi um adiantamento num ano em que o preço do café estava baixo”, ressalta o produtor.
Charles trabalha sozinho das 5 da manhã até aproximadamente às 17h30 em sua pequena propriedade, e à noite, dá aulas de história para jovens e adultos, na escola municipal, como professor concursado. “A Veracel, por meio do Programa Produtor Florestal, me propiciou uma alternativa vi¬ável de retorno ao meio agrícola, historicamente tão esquecido, principalmente, quando se trata de pequenos agricultores”, lembra o professor.
Oportunidades que trazem aprendizado
Charles faz questão de contar que já foi contra o plantio de eucalipto, mas como educador tem a necessidade de disseminar conhecimento. Ele revela que chegou a falar muito mal sobre a cultura de eucalipto, mas, como professor e produtor rural, sentiu a necessidade de pesquisar sobre o assunto. “Os estudos me fizeram optar pelo plantio de eucalipto, por questões econômicas e ambientais”, explica Charles.
“Descobri que existem empresas com áreas de plantio de eucalipto com mais de 100 anos. Descobri que existem outras culturas, como a cana, que absorvem mais água que o eucalipto. Hoje eu digo que o eucalipto me obrigou a estudar e a seguir a legislação ambiental. Para mim, o plantio de eucalipto é uma questão de necessidade, eu não permaneceria no negócio se estivesse me dando algum tipo de prejuízo”, conclui o professor e produtor rural.
Programa Produtor Florestal
Hoje, a Veracel Celulose possui 135 contratos dentro do Programa Produtor Florestal (PPF), com 104 produtores florestais. Todos estes produtores já aten¬dem as mesmas exigências legais e ambientais exigidas da Veracel.
A Veracel monitora o cumprimento das exigências legais, ambientais, fiscais e trabalhistas. Outro cuidado ambiental cumprido rigorosamente pela empresa é o veto de uso de pro-priedades que sofreram supressão de Mata Atlântica a partir de 1993. Um levantamento técnico permite identificar as terras que possuíam cobertura vegetal nessa época e garante legalidade às áreas onde são feitos os plantios comerciais de eucalipto dentro do Programa Produtor Florestal da Veracel.
Por meio do PPF, a Veracel garante a transferência integral de tecnologia, fornece assistência técnica e a garantia de com¬pra do produto. Por contrato, 3% de toda madeira produzida não precisa ser vendida para a empresa. Esta o produtor florestal pode usar ou vender no mercado conforme sua conveniência.