Anualmente as baleias Jubarte, vindas das águas geladas da Antártida, viajam milhares de quilômetros para as águas quentes da nossa região onde permanecem de julho até novembro, para o nascimento dos filhotes e acasalamento. A Veracel Celulose, em parceria com o Instituto Baleia Jubarte (IBJ), realiza o monitoramento das baleias e golfinhos na costa, cobrindo toda a rota das barcaças do Terminal Marítimo de Belmonte (TMB) que vai de Belmonte (BA) até Barra do Riacho (ES). Esse monitoramento faz parte do atendimento da condicionante ambiental da Licença de Operação do TMB junto ao IBAMA.
De acordo com o vice presidente do IBJ e responsável por este monitoramento, Milton Marcondes, os trabalhos são divididos em três linhas:
1 – Monitoramento aéreo, onde é feito um acompanhamento do crescimento da população de baleias e como isso influencia a presença delas na rota das barcaças.
2 – Observação à bordo das barcaças, que permite treinar a tripulação do empurrador para saber localizar e também registrar a presença de baleias e golfinhos por toda a rota. “Com isso, sabemos quais trechos e quais épocas da temporada têm maior presença de baleias”, destacou Marcondes. Além disso, essas informações são importantes para a realização das operações de transporte com maior segurança.
3 – Outra forma de monitoramento é no litoral (praias), feito pelos funcionários do IBJ, atendendo os casos de encalhe de baleias e golfinhos que, em sua maioria, são carcaças de animais mortos que chegam às praias. “O nosso desafio é tentar determinar a causa da morte destes animais e dar uma destinação adequada para as carcaças de baleias e golfinhos, minimizando assim o risco para a saúde pública” finalizou Marcondes.
O monitoramento realizado pelo IBJ, que conta com biólogos e médicos veterinários, ajuda a comprovar que é possível existir atividade comercial e a conservação das baleias Jubarte, na medida em que sejam adotados procedimentos para salvaguardar a espécie.
Resultados de pesquisas e monitoramento das baleias
Este monitoramento ajuda a fazer da população das Baleias Jubarte no Brasil uma das mais bem estudadas no Hemisfério Sul. O conhecimento obtido nas pesquisas é utilizado para contribuir com as políticas públicas nacionais e internacionais de conservação destes animais e dos oceanos onde elas vivem.
Dezenas de publicações científicas, dissertações e teses acadêmicas foram feitas utilizando os resultados do monitoramento. Também foi descoberto pela primeira vez no país um vírus chamado Morbilivírus, que tem causado a morte de muitos golfinhos e baleias em várias partes do mundo. Essa é a segunda vez que se tem um registro desse vírus neste lado do planeta, sendo uma variedade diferente do que era conhecido até então.
De acordo com Marcondes "O trânsito das barcaças pelo Banco dos Abrolhos não afetou a recuperação da população de baleias Jubarte, as quais vêm mostrando sinais inequívocos de crescimento. Os resultados encontrados indicam que a rota atualmente utilizada é a mais apropriada pela menor ocorrência de baleias na rota."
Vendo de perto uma baleia Jubarte
A temporada de observação das baleias Jubarte na costa da Bahia já foi iniciada e vai até meados de novembro. A chegada delas vem superando todas as expectativas a começar pelo grande número de animais vistos ao longo da costa. Se você quiser a experiência de chegar bem perto das baleias, existem diversas agências de turismo no Sul da Bahia que promovem esse passeio com embarque para avistamento e acompanhado por guias ambientais. Os turistas também podem visitar o Instituto Baleia Jubarte, na Praia do Forte ou em Caravelas, onde é feita uma apresentação sobre a vida e comportamento dessa espécie de baleia.
Acesse www.baleiajubarte.org.br e saiba mais.