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25 Anos de compromisso ambiental: a jornada da RPPN Estação Veracel

Estação Veracel 25 anos

Estação Veracel 25 anos

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel, localizada entre os municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, celebra em novembro 25 anos de atuação, um marco significativo em sua jornada de conservação da natureza. Desde que foi reconhecida, em 1998, a maior RPPN de Mata Atlântica do Nordeste brasileiro tem sido um exemplo de dedicação da iniciativa privada para a conservação do meio ambiente e da biodiversidade do país.

Gerida pela Veracel Celulose, a Estação Veracel se tornou um refúgio para inúmeras espécies de fauna e flora.

“Há um quarto de século, esta área foi reconhecida pela grande importância para a conservação ambiental, quando passou a ser uma Unidade de Conservação na categoria de Reserva Particular do Patrimônio Natural, conforme o Sistema Nacional de Unidade de Conservação – SNUC. Temos mantido nosso compromisso inabalável com a conservação de nossos preciosos recursos naturais, a educação ambiental e o apoio a pesquisas cientificas que buscam ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade do Brasil e desenvolver ações garantindo a preservação das espécies silvestres”, comenta Virginia Londe de Camargos, gerente de Meio Ambiente da Veracel Celulose.

 

O começo de tudo

A área da RPPN Estação Veracel pertenceu a uma antiga propriedade que, em 1961, atingia 12.000 hectares, estendendo-se do rio Buranhém (Porto Seguro) ao rio João de Tiba (Santa Cruz Cabrália). A área, totalmente coberta de matas, era praticamente inexplorada.

Com a inauguração da Rodovia BR-367, em 1973, deu-se início a um grande desflorestamento na região e, em poucos anos, as florestas da região Sul da Bahia foram reduzidas drasticamente. Contudo, a área da atual RPPN Estação Veracel não foi totalmente atingida por esse fenômeno porque houve a transmissão da posse para uma empresa que teve condições de protegê-la, a Veracruz Florestal Ltda, hoje Veracel Celulose. A companhia iniciou suas atividades na região sul da Bahia em 1991, comprando a área florestal da reserva em 1992 e, entre 1994 e 1996 começou a implantar a infraestrutura para o recebimento de visitantes.

Em 1998, a Estação Veracruz foi reconhecida oficialmente pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como Reserva Particular do Patrimônio Natural. Em 2009, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aprovou o plano de manejo da RPPN e atualizou seu nome para RPPN Estação Veracel.

A partir de 2010, a RPPN Estação Veracel passou a compor, juntamente com outras 16 áreas protegidas, o Mosaico de Áreas Protegidas do Extremo Sul da Bahia (Mapes). O Mosaico considerou áreas protegidas e não só unidades de conservação, uma vez que as aldeias indígenas não são unidades de conservação, mas são áreas fundamentais para a conservação ambiental. A criação visou fortalecer a integração entre estas 17 áreas protegidas e o relacionamento com os diversos atores locais, potencializando os recursos e otimizando esforços de gestão destas áreas para ampliar os objetivos de conservação para o território.

 

Contribuição para o meio ambiente

A Estação Veracel é de fundamental importância para a a conservação da Mata Atlântica na Bahia, e seus números impressionam. Desde 2007 já foram contabilizadas cerca de 300 espécies diferentes de mamíferos e aves típicas da região, muitas consideradas raras ou ameaçadas de extinção.

Possui 26 espécies de mamíferos de médio e grande porte dos 32 presentes na Mata Atlântica. Destas, oito estão classificadas como ameaçadas de extinção. Entre as espécies de destaque, é possível citar o guigó (Callicebus melanochir), o gato-maracajá (Leopardus wiedii) e gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus).

Um projeto importante realizado na Estação Veracel foi o monitoramento da onça-pintada (Panthera onca) que registrou, após mais de 20 anos sem nenhum registro fotográfico de sua presença da espécie na região. Uma onça foi vista na RPPN Estação Veracel entre 2017 e 2018, o que motivou a elaboração desse projeto em parceria com o Parque Nacional do Pau Brasil, também localizado na Mata Atlântica do extremo sul da Bahia.

A RPPN Estação Veracel utiliza armadilhas fotográficas que são câmeras com sensores de movimentos para registrar imagens de animais silvestres com interferência mínima na rotina deles. As imagens capturadas pela ferramenta compõem um banco de dados sobre as populações de espécies silvestres que circulam pela reserva. Foi assim que foram feitos diversos flagrantes de animais raros em vida livre.

Em relação aos pássaros, a Estação Veracel já registrou 269 espécies, destas muitas consideradas endêmicas, ou seja, só ocorrem na RPPN, demonstrando porque é considerada uma importante área de conservação de aves pela BirdLife International, organização ambiental com sede no Reino Unido.

Justamente devido a essa importância, foi criado o observatório de aves, visando desenvolver pesquisas de curto, médio e longo prazo que podem contribuir com o manejo da área assegurando a conservação ambiental, além de educação ambiental tendo as aves como uma forma de sensibilização de pessoas.

A Reserva abriga espécies como o crejoá (Cotinga maculata), que inclusive se tornou o símbolo da logomarca da Estação Veracel, o pica-pau-de-coleira (Celeus torquatus) e um beija-flor do gênero Chlorestes de cor branca, o único registrado mundialmente.

Outra ave de destaque dentro da Estação Veracel é a harpia (Harpia harpyja), uma das maiores aves de rapina do mundo. Desde 2005, a Reserva apoia as atividades de monitoramento da espécie no sul da Bahia e, ao todo, 5 ninhos foram mapeados na região. Atualmente, dois ninhos de harpia são monitorados por armadilhas fotográficas na RPPN Estação Veracel e ambos estão ativos. Vale ressaltar que um animal do porte da harpia precisa de grande área florestal para sobreviver e o nível de conservação da RPPN comportando dois ninhos da espécie com possibilidade de termos pelo menos 6 indivíduos vivendo ali.

“Tanto a onça-pintada quanto a harpia são animais carnívoros, de topo de cadeia. A presença de animais topo de cadeia alimentar prova que a Estação Veracel e as áreas protegidas da Costa do Descobrimento da Bahia possuem características ambientais capazes de garantir a sobrevivência destas duas espécies reprodução”, comenta Virginia.

Com relação à vegetação da RPPN, já foram registradas 291 espécies de flora, das quais 26 encontram-se em alguma das listas de ameaça estadual, nacional ou internacional. Entre as espécies de destaque é possível citar a maçaranduba (Manilkara elata), o imbiruçu (Eriotheca macrophylla), e o arapati (Arapatiella psilophylla). A RPPN Estação Veracel é reconhecida como uma das 20 áreas com maior número de espécies arbóreas do mundo por hectare.

Com seus mais de 6 mil hectares de floresta de Mata Atlântica promove diversos serviços ecossistêmicos, como a manutenção de biodiversidade, água, regulação do clima e polinizadores naturais na região.

Além de proteger uma rica biodiversidade, a RPPN Estação Veracel também tem papel estratégico na provisão de água para o município de Porto Seguro, tanto pela proteção de nascentes e cursos d’água, quanto pela interceptação de neblina. Dessa forma, a RPPN pode ser considerada um importante prestador de serviços ecossistêmicos de regulação do fluxo e da qualidade de água.

A Estação abriga 115 nascentes, algumas com importância histórica, como o rio Mutari, com relatos que teria abastecido a frota de Pedro Álvares Cabral. Outros, como o Rio dos Mangues, um dos rios que abastece Porto Seguro, também passam pela Estação e são alimentados por vários córregos que ali nascem.

Com contribuições tão expressivas, a reserva é reconhecida pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Sítio do Patrimônio Mundial Natural, pelo seu importante papel na conservação ambiental.

 

Conexão educacional e científica

A Estação Veracel tem desempenhado um papel fundamental na educação ambiental na região Sul da Bahia, promovendo a conscientização e a conexão das comunidades locais com a natureza, oferecendo atividades de educação e interpretação ambiental, com a aplicação da técnica de vivências com a natureza., RPPN mantém um programa para a observação de aves, contribuindo mais ainda para o ecoturismo na região.

A Estação Veracel também é um verdadeiro laboratório a céu aberto para pesquisas científicas de diversas instituições. Já foram realizados cerca de 230 estudos científicos por instituições renomadas, para o conhecimento e a conservação do meio ambiente. A Estação Veracel está entre as três RPPNs do bioma Mata Atlântica com maior número de pesquisas realizadas.

“Nestes 25 anos de criação, a RPPN Estação Veracel se consolidou como uma referência em conservação ambiental. O trabalho realizado na reserva está inserido e amplamente conectado ao compromisso da Veracel Celulose com a sustentabilidade e com o desenvolvimento de sua região de atuação”, finaliza Virginia.

 

Confira fotos, vídeos e mais informações sobre a RPPN Estação Veracel.

 

 

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